No dia 26 de Julho de 2015 ocorreu, na cidade de São Paulo, a 1ª Marcha do Orgulho Crespo Brasil. Essa marcha foi libertadora e evidenciou o que a gente já vinha percebendo aos poucos nas ruas: mulheres negras exibindo, como belas coroas, as suas volumosas cabeleiras. Para nós, estavam expostos, ali, a força e o protagonismo da mulher negra.
Poucos dias depois daquela marcha, apresentamos um projeto que foi aprovado e sancionado na terça, 20/3, instituindo, através da Lei 16.682/2018, o Dia do Orgulho Crespo, a ser comemorado em 26 de julho.
Nossa intenção com essa Lei é pautar politicamente a sociedade sobre a importância de compreender de que forma a negação do cabelo crespo está associada ao racismo e à discriminação. Precisamos ressaltar sempre a tentativa de embranquecimento da população negra e de apagamento de nossa identidade, daí a necessidade de uma data oficial como esta.
Muitos olham essa questão das datas com reservas e questionam o impacto delas na vida das pessoas. Em relação ao Dia do Orgulho Crespo, podemos dizer que esta é uma forma de mostrar que impor um padrão estético também é oprimir, é discriminar, é tratar os cidadãos de forma desigual. Ou seja, não se trata apenas de estética. Nós estamos falando de política e de poder. Nossos cabelos crespos são símbolo de luta!
Agradeço, mais uma vez, a Fernanda Cury e a Neomísia Silvestre que trouxeram essa proposta para o nosso mandato, e os deputados Milton Vieira, Beth Sahão e Salim Curiatti, que deram pareceres favoráveis à proposta nas comissões.
Consideramos justa toda forma de luta contra o racismo estrutural no nosso país. Viva a nossa identidade negra!
Ao centro, a cantora Karol Konka participa da Marcha do Orgulho Crespo. Foto: Larissa Isis
Leia a íntegra da proposta aqui.